quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Pra Viver um Grande Amor
Para se viver um grande amor não é preciso pijama de listras, chinelos macios, água no toucador.
Para se viver um grande amor não é preciso letra segura, espelho que reflete os corpos nus.
É preciso, sim, paixão, lucidez e loucura.
Pra se viver um grande amor é preciso andar no bonde errado, amassar os travesseiros, quebrar os castiçais.
Também fumar o cigarro pelo filtro, tomar iogurte com licor de anis, ver que a vida está sempre por um triz.
Para viver um grande amor é preciso ter ciúme da mulher/homem amada, imaginá-la sempre em cama errada, alvejar com o dardo do ódio o olhar do oponente, fazer do sexo suado uma lembrança onipresente.
Para viver um grande amor é preciso empurrar o mesmo carro, rir do mesmo medo, saber a hora certa de revelar todo o segredo .
Para se viver um grande amor é preciso ausência da vergonha, babar, gozar, chorar na mesma fronha, enxergar com ternura as manchas dos lençóis.
É preciso segurar o ponteiro dos segundos, remontar o velho filme de outra maneira, saber que da fração rompida não se faz a conta inteira
É preciso engolir, digerir, expelir, fazer do ir e vir o ritmo do aprendizado, reinventar a noção do pecado exorcizar antigos demônios.
Para se viver um grande amor é preciso caiar a cabana ao cair do dia, fazer da melancolia um novo alento, colocar um capacete para dar com a cabeça no muro.
É preciso não prever o futuro, lavar as mãos de graxa na torneira, deixar queimar o pão na torradeira e o leite fervido talhar no copo.
É preciso covardia, tomar emprestado aquilo que não se devia, arrastar para o fundo o que para o raso servia.
Para viver um grande amor é preciso estar perdido em si mesmo, os joelhos na areia e o sexo na lava, é preciso fazer do afago um golpe de clava, é preciso ser gentil, cordato, animal.
Também necessária é a ruptura, costurar o machucado com fio de cobre, tecer o perdão em fio de ouro, esticar a vingança com navalha de prata.
Para se viver um grande amor é preciso estar ferido.
Para se viver um grande amor é preciso entornar a sopa chinesa, rir dos pés sujos, da obsoleta sobremesa.
Urge também caçoar do velho disco de vinil que foi riscado, da mola do colchão que cutuca a coluna.
É preciso estar tão junto quanto morar lado a lado, é preciso azulejar a passagem em tons de azul e sobretudo inverter os pontos cardeais.
Para se viver um grande amor é preciso o olhar do bandido, a agonia da presa, o susto que o rato toma quando a luz é acesa.
Para se viver um grande amor é preciso aprender alguns versos, riscar o bom senso da poesia, jogar água fria no rosto, vencer o torpor da apatia.
Enfim para se viver um grande amor, é preciso mais que um tubo, mais que um ensaio, mais que um coração ferrado. É preciso ter certeza que mesmo um grande amor dissecado, um grande músculo distendido pode, mesmo que sadio, pra sempre estar perdido.
Marlene Oliveira
Para se viver um grande amor não é preciso letra segura, espelho que reflete os corpos nus.
É preciso, sim, paixão, lucidez e loucura.
Pra se viver um grande amor é preciso andar no bonde errado, amassar os travesseiros, quebrar os castiçais.
Também fumar o cigarro pelo filtro, tomar iogurte com licor de anis, ver que a vida está sempre por um triz.
Para viver um grande amor é preciso ter ciúme da mulher/homem amada, imaginá-la sempre em cama errada, alvejar com o dardo do ódio o olhar do oponente, fazer do sexo suado uma lembrança onipresente.
Para viver um grande amor é preciso empurrar o mesmo carro, rir do mesmo medo, saber a hora certa de revelar todo o segredo .
Para se viver um grande amor é preciso ausência da vergonha, babar, gozar, chorar na mesma fronha, enxergar com ternura as manchas dos lençóis.
É preciso segurar o ponteiro dos segundos, remontar o velho filme de outra maneira, saber que da fração rompida não se faz a conta inteira
É preciso engolir, digerir, expelir, fazer do ir e vir o ritmo do aprendizado, reinventar a noção do pecado exorcizar antigos demônios.
Para se viver um grande amor é preciso caiar a cabana ao cair do dia, fazer da melancolia um novo alento, colocar um capacete para dar com a cabeça no muro.
É preciso não prever o futuro, lavar as mãos de graxa na torneira, deixar queimar o pão na torradeira e o leite fervido talhar no copo.
É preciso covardia, tomar emprestado aquilo que não se devia, arrastar para o fundo o que para o raso servia.
Para viver um grande amor é preciso estar perdido em si mesmo, os joelhos na areia e o sexo na lava, é preciso fazer do afago um golpe de clava, é preciso ser gentil, cordato, animal.
Também necessária é a ruptura, costurar o machucado com fio de cobre, tecer o perdão em fio de ouro, esticar a vingança com navalha de prata.
Para se viver um grande amor é preciso estar ferido.
Para se viver um grande amor é preciso entornar a sopa chinesa, rir dos pés sujos, da obsoleta sobremesa.
Urge também caçoar do velho disco de vinil que foi riscado, da mola do colchão que cutuca a coluna.
É preciso estar tão junto quanto morar lado a lado, é preciso azulejar a passagem em tons de azul e sobretudo inverter os pontos cardeais.
Para se viver um grande amor é preciso o olhar do bandido, a agonia da presa, o susto que o rato toma quando a luz é acesa.
Para se viver um grande amor é preciso aprender alguns versos, riscar o bom senso da poesia, jogar água fria no rosto, vencer o torpor da apatia.
Enfim para se viver um grande amor, é preciso mais que um tubo, mais que um ensaio, mais que um coração ferrado. É preciso ter certeza que mesmo um grande amor dissecado, um grande músculo distendido pode, mesmo que sadio, pra sempre estar perdido.
Marlene Oliveira
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Poesias
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Fazendo arte
Aqui estão alguns resultados destes trabalhos:
Sempre gostei de crochê. Quando menina aprendi a fazer crochê com uma senhora chamada Dona Nena (saudades). Ela tinha uma sorveteria do lado da minha casa e era bastante paciente e eu adorava aprender o que ela me passava com tanto carinho.
Com 10 anos mudamos para São Paulo e nunca mais nos encontramos. Mas toda vez que pego na linha e agulha me lembro desta senhora.
Nesta ultima semana me deu aquela vontade louca de fazer alguns trabalhos: toalhinhas, caminhos, tapetes e então maos na massa.
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Crochê
As flores do jardim
Olá pessoal, neste final de semana tive uma surpresa agradável, em pleno sábado uma surpresa no jardim. Ganhei umas "batatas" deste tipo de lírio e curiosa para ver o resultado, cuidei direitinho dela, com regas regulares e pouco sol. Domingo pela manhã a surpresa. êba...
foi uma felicidade só.
Espero que tenham gostado!
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Jardim
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Quartos Inspiradores
Quer redecorar ou simplesmente refrescar o visual de um quarto de casal ou dos seus filhos, mas não sabe muito bem como fazê-lo? A solução pode ser algo tão simples como uma cabeceira de cama – um elemento despretensioso que não tem de ser caro para fazer-se notar e alguns destes projectos podem até ser executados por si.
(fotos:eudecoro)
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Quartos
Tela de Pintura
Faça, num dia, a sua própria cabeceira de cama: compre uma tela de pintura simples e suficientemente grande, “arme-se” com a sua pistola de agrafos e revista a tela com um tecido deslumbrante ou com aquele papel de parede que anda a “namorar” há séculos. Encoste à parede, coloque a cama no sítio e voilá!
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Quartos
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